Cemitério de dragões


Dragões... dos contos de crianças, as criaturas mais enigmáticas e poderosas. São seres bastante peculiares. Eles são fortes como deuses, mas gananciosas como homens. Alguns são vermelhos como o fogo, outros têm escamas douradas como o ouro. Cada lenda descreve os dragões do seu jeito. Enquanto alguns descansam em câmaras escuras no coração de alguma caverna, outras estórias dizem que eles fazem suas moradas lagoas em florestas milenares.

Se eles existem ou não, fica a dúvida. São poucos que vivem para contar sua história. Mas não se questiona sua existência apenas, claro que não! Ratos de tabernas vão ainda mais além. Não só discutem sobre a existência de dragões, como sua longevidade. A pergunta conveniente é: seriam eles mortais como os homens ou possuiriam a vitalidade dos deuses?

Diferente dos mortais, os dragões não tendem a ficar velhos e decadentes. Eles são criaturas inteligentes, usam as longas eras que passam, meditando em seus profundo silêncio e eterna solidão, para ficarem mais sábios e, portanto, mais poderosos. Ou seja, quanto mais antigo for o dragão, maior deverá ser o tamanho de sua espada. Mas isso só nos faz crer que eles não podem ser vencidos pelo tempo. Este parece ser um aliado.

Crianças não costumam ter tamanha malícia em seu pensamento. Então diriam elas - Dragões não morrem, senão pelas lanças de cavaleiros corajosos - há muito esquecidos. Aquele que desafia a lei do bom senso, se é que há bom senso a partir da terceira canecas de hidromel, desmentiria o mancebo. Diria que em algum momento eles têm seu descanso eterno - mas como? e onde?

Se a lenda fez-se verdade ou se o fato inspirou o ficto, não seremos nós a saber. A estória diz que quando os dragões se cansam das eras mundanas, ou chegam a um ponto que viver perde o sentido - ou teria o fim ganhado uma boa razão - eles fazem uma viagem. No coração de uma floresta, além dos 13 mares, no alto de picos colossais ou ainda nas profundezas da terra. Onde quer que seja, é um local sagrado para qualquer dragão. É lá que vão completar o ciclo da vida. Criados pela própria trama d'A Arte, viajam até o seu recanto para enfim virarem mais um fio da trama.